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AULA 13 - Cálculo da Armadura de Estribos de Vigas

Foto do escritor: Prof. Antonio RolimProf. Antonio Rolim

As vigas submetidas a carregamentos transversais, além dos esforços de flexão, também são impactadas por tensões provenientes da força cortante (cisalhamento). Esses esforços exigem um projeto detalhado para garantir a segurança estrutural.

Com base em uma geometria previamente definida [1] (bw, h) e uma força cortante específica (Vk), o cálculo da armadura de estribos é realizado considerando critérios essenciais, como cobrimento nominal das armaduras (c,nom), classe do concreto (fck) e classe do aço (fyk). A partir disso, determina-se a seção transversal da armadura de cisalhamento (Asw), o diâmetro (φ) dos estribos e seus espaçamentos (S e St).

Nesta aula, apresentamos um passo a passo para o dimensionamento dos estribos, utilizando o Modelo I da norma ABNT NBR 6118:2014, com foco na configuração vertical, que é amplamente empregada em projetos estruturais.[2]


ROTEIRO DE CÁLCULO PARA ARMADURA DE ESTRIBOS DE VIGAS:


1. Força cortante solicitante de cálculo

Primeiro passo é aplicar o coeficiente de ponderação (γf ≥ 1,4) sobre o valor da cortante característica (Vk) para obtermos a cortante de projeto (VSd). É comum que Vk seja definida como a cortante máxima (Vmax) no diagrama de esforços. Os valores devem estar em kN.

fórmula da força solicitante de cálculo

2.  Força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas

Entre os estribos, o concreto forma uma diagonal comprimida (biela) que colabora com a resistência da peça. Como na região dessa diagonal não haverá armadura, é preciso verificar as tensões de compressão podem causar o esmagamento do concreto.

esquema representantivo da força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas

A expressão abaixo articula as variáveis que permitem o cálculo da força cortante resistente de cálculo (VRd2):

fórmula da força cortante resistente de cálculo VRd2

O coeficiente  tem seus valores definidos abaixo:

coeficiente para cortante resistente de cálculo

 

3. Verificação das tensões de compressão nas bielas

A  verificação se dá pela comparação da força cortante solicitante (VSd) e da resistente (VRd2). Caso VSd seja inferior a VRd2, pode-se prosseguir com o roteiro de cálculo. Caso contrário, haverá esmagamento das bielas comprimidas e, por isso, é necessário o redimensionamento da viga ou alteração do fck.

Verificação das tensões de compressão nas bielas no dimensionamento dos estribos

4. Força cortante resistida pelo concreto

Antes de se determinar as armaduras de cisalhamento é preciso estimar a parcela da força cortante resistida pelo concreto (Vc). A fórmula abaixo calcula essa parcela:

Parcela da força cortante resistida pelo concreto para dimensionamento do estribo

5. Força cortante residual a ser resistida pela armadura do estribo

Nesta etapa, a força cortante resistida pela armadura (VSw) é calculada pela diferença da cortante solicitante total (VSd) e da cortante resistida pelo concreto (Vc), conforme expressão abaixo:

Força cortante residual a ser resistida pela armadura do estribo


6. Cálculo da armadura de estribos - armadura transversal

Apresentamos a seguir as fórmulas que calculam a área de seção das armaduras por metro linear de viga. A seção das armaduras em virtude do esforço a qual a viga está submetida e a seção mínima, onde:

fywk = resistência característica do aço do estribo, em kN/cm², se o valor de fywk for maior que 50 kN/cm², deve-se adotar 50 (fywk ≤ 50 kN/cm²) 

CLASSE

CA-25

CA-50

CA-60

fywk

25

50

50

 

6.1. Armadura a partir da força residual (Asw,calc):

Armadura do estribo a partir da força residual (Asw,calc):

6.2. Armadura mínima (Asw,min)

Armadura mínima (Asw,min) do estribo

6.3. Armadura adotada (Asw)


Deve-se adotar o maior valor dentre os dois:

Critério da armadura adotada (Asw) para estribos

7. Critérios para determinação da bitola e dos espaçamentos máximos entre estribos e entre ramos sucessivos


7.1. Critérios para definição das bitolas:

Critérios para definição das bitolas de estribos

7.2. Limites para espaçamento entre estribos e entre ramos:


Espaçamento máximo entre estribos (S,max)

Espaçamento máximo entre estribos (S,max)

Espaçamento máximo entre ramos sucessivos (St,max)

Espaçamento máximo entre ramos sucessivos (St,max)

A definição das bitolas e espaçamento dos estribos pode ser feita com o auxílio de uma tabela (como apresentada a seguir) e a articulação entre a área de seção das armaduras e os critérios apresentados neste sub tópico.

tabela de área de seção de armaduras para estribos

Neste artigo foi apresentado o roteiro de:

cálculo da armadura de estribos

 

[1] Largura e altura da viga.

[2]  Diversas expressões foram adaptadas para que o resultado esteja na unidade mais adequada ao sequenciamento do cálculo e para diminuir o número de variáveis e/ou fórmulas.





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